segunda-feira, março 24, 2008

Ativista EU?

Ativista eu?


Bom de uns tempos para cá tenho me interessado muito em ajudar a melhorar as políticas públicas para os GLBTTs

Não sei exatamente quando começou essa vontade de ajudar acho que porque tenho lido muito na internet e fiquei viciado no site do mix brasil (nas matérias ta? Hehehehhe)

Que decidi fazer alguma coisa, tanta gente dando a cara a tapa para criar um mundo melhor para os GLBTTs e eu vou ficar assistindo? Que nada. Quero mais é participar.

Até por que nos últimos meses tenho pensado muito em mudar profissionalmente e trabalhar com algo voltado ao universo GLS

Mas ainda não tenho a menor idéia do que fazer e como, mas to chegando lá.

Comecei lógico, me inscrevendo nos fóruns de discussão na internet e tal, comentando as matérias que leio nos sites.

Depois que eu li um artigo do Movimento D’ELLAS (não achei o link da matéria)

no jornal o sexo, falando as grandes dificuldades que estão enfrentando e de como eles estavam em regime de resistência, resolvi ir até lá oferecer meu tempo voluntariamente.

Primeiro tive que literalmente caçar o endereço do grupo na net, porque dos telefones que liguei nenhum funcionava e no artigo não tinha o endereço. Como lá também era a base (acho que agora não mais) o disque de defesa homossexual, pensei que eles preferissem ficar anônimos por medida de segurança, mas me enganei e encontrei o endereço.

Quando cheguei lá, já quase fui embora de imediato, porque o grupo funciona dentro de uma empresa de seguros, e quando cheguei pensei que estava no lugar errado, a sorte que a recepcionista viu minha cara de perdido e me ofereceu ajuda.

Ela então chamou uma membro do grupo que me recebeu muito bem e ficou surpresa com minha iniciativa.

Fui levado às salas que ficam no fundo e conheci um rapaz que coordena o grupo (não me lembro o nome de ninguém, abafa, sou muito ruim para nomes, muito ruim mesmo)

Conversamos um pouco, ele se mostrou muito simpático, mas disse que no momento ele não poderia aceitar minha ajuda porque eles estão com uma severa falta de verbas e tava tudo muito bagunçado (realmente tava), mas pegou meus dados e entraria em contato comigo brevemente para marcar os dias de trabalho.

Mais tarde eu li na internet que eles ainda estão com sérios problemas porque parece que o governo mudou as diretrizes que regem o disque de defesa homossexual e ainda não renovaram o envio de dinheiro para o grupo. Uma pena né?

Mas uma lição ficou: ongs GLBTTs precisam do dinheiro público para sobreviver e com isso a cada ano podem desaparecer ou não dependendo da boa vontade dos governantes e da saúde financeira do governo.

Depois fiquei sabendo da conferencia nacional GLBTT que vai ser em Junho e descobri que haveriam pré-conferencias estaduais e municipais. Liguei para superintendência dos direitos individuais coletivos e difusos para saber se eu podia participar como ouvinte da pré-conferencia estadual e cabei descobrindo que ainda tinha tempo de participar da municipal (porque foi adiada) e até poderia ser um delegado com poder de voto. Fiquei super animado, na mesma hora pedi que me enviassem a ficha de inscrição, fui na lan house, imprimi e lá fui eu para O palácio Guanabara( sede do governo do estado) entregar pessoalmente minha inscrição.

Chegando lá...depois de descobrir aonde ficava a sala...fiquei batendo na porta uns 5 minutos, ouvia várias vozes lá dentro mas ninguém vinha abrir a porta,e eu que não sou mal educado, não ia ficar abrindo a porta de um órgão público sem ser convidado. Até que um rapaz saiu de chinelos, acho que foi beber água. Eu perguntei como fazia para ser atendido e ele me disse que so bastava entrar, simples né? Ao entrar um mulher veio ao meu encontro, depois que eu disse para ela que queria me inscrever para a conferência ela chamou uma outra mulher que arrancou o papel da minha mão deu uma lida de um segundo e disse: há já preencheu...humm.... Já sabe as datas tudo certinho?

Informou-me as novas datas e já ia virando as costas para voltar ao seu trabalho, quando eu pedi que ela voltasse pos havia deixado alguns campos do formulário em branco devido a dúvidas.

Por exemplo tinha uma caixa que perguntava se eu era ativista, funcionário, voluntário ou palestrante. Ela disse: funcionário você não é, então diz ai, o que, que você quer. Eu ia marcar voluntário, mas marquei ativista, pos é isso que na hora eu pensei ser o certo.

Não sei exatamente o peso que isso representa, nem se pode atrapalhar minha inscrição no futuro. Mas deixei aquela secretaria (que também estava bagunçada) com a esperança de contribuir para um Brasil sem homofobia

Uma outra lição: órgãos públicos assim como ongs, acumulam muitos papeis.

Existem muitos gays assumidos e conhecidos que não se dizem ativistas. O S... (meu “amigo da Itália”) mesmo, ele tem uma BMW e me disse ontem pelo MSN que sua luta é diária, pessoal mas que não gosta da militância pública nem das paradas ou coisas desse tipo. Ele até fez piada do meu interesse nisso.

Ontem minha mãe veio aqui em casa fazer a declaração dela de imposto de renda, e como várias vezes acontece a homossexualidade entrou na conversa e aminha na pauta (lógico) e quando ela depois de falar coisas do tipo “ á! mas é nojento né filho” “tudo bem mas que é estranho é” e “onde já se viu, dois homens se beijando no meio da rua”, me perguntou se eu era gay, eu fiquei calado, mudo...ae ela disparou: quem cala consente

Minha mãe sabe de mim, assim como toda boa mãe sabe, mas ela nunca ouviu da minha boca e ela sempre que pode tenta.

Será que eu consigo ser um militante se nem para minha família eu consigo dizer “eu sou gay”. Até para escrever agora isso eu ia escrever: “eu “sou bissexual, mas prefiro mil vezes ficar com um homem do que com uma mulher”. Parece que não, mas ainda estou aprendendo a lidar com isso (se assumir) na verdade sou da opinião que ninguém tem nada haver com minha vida sexual e que so devo e vou falar sobre isso quando for necessário.

Acho que é por isso que eu tenho esse blog, aqui eu falo o que eu quiser.... hehehehehe

Ontem, até minha mãe chegar participei do fórum online da primeira conferência livre da juventude GLBTT que o site e grupo e-jovem desenvolveu como parte da I conferência de políticas pública para Jovens, feita também pelo governo federal.

No site do e-jovem vocês encontram todas as informações sobre o grupo e as conferências.

Foi super legal, adoreiiii!!! Hihihihih

(Depois eu vou contar uma experiência surpreendente que aconteceu na sala)

Me senti na mesa de reunião no palácio do planalto discutindo medidas a serem tomadas e políticas a serem implementadas. O chat do site apresentou alguns problemas de incompatibilidade com alguns browsers mas felizmente eu pude participar.

Se uma das idéias que eu dei for implementada, imagina, nossa!! Sería tudo né?

Uma idéia que eu dei que acho super bacana é a criação de um livro com depoimentos de jovens GLBTTs que sofreram agressão física e principalmente moral, na escola inclusive aquelas cometidas pelos próprios professores. Vai ser ótimo né?

Não quero uma lei com meu nome, apenas saber que, de alguma forma, eu ajudei a melhorá-las ou escreve-las.

E tenho dito


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